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Detento de hospital penal psiquiátrico espera julgamento há 17 anos

Além de transtornos à saúde, a falta de remédios controlados no Hospital Penal Psiquiátrico Roberto Medeiros, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, prejudica os julgamentos de detentos da unidade. Como mostrou o RJTV 1ª edição, muitos não podem ser julgados, já que devem estar sãos para enfrentar o tribunal.

Francisco, que foi preso em 1999, acusado de estupro, e até hoje espera por julgamento, já esteve preso em seis lugares diferentes e desenvolveu problemas mentais, sendo obrigado a tomar remédios. Em 2011, foi transferido para o hospital penal.

A mãe de Francisco, que tem 84 anos, é quem compra os medicamentos que o filho usa. Ela conta que durante todo esse tempo em que o filho está preso, ninguém conseguiu explicar porque o julgamento ainda não aconteceu.

"Ele não foi julgado ainda, acho que eles estão esperando eu morrer para julgar ele de qualquer maneira, é o que eles bem querem", diz a idosa, já sem esperança: "Eu não tenho vida, não estou vivendo, estou vegetando. Vai chegar uma hora em que vou chegar lá [ao hospital] e vou ver meu filho morto".

O defensor público Marlon Barcellos ficou sabendo da situação de Francisco durante uma vistoria da Defensoria no hospital Roberto Medeiros. "A gente tem um cidadão que está preso desde 1999. Parte desse atraso é devido ao Poder Judiciário e parte à própria lei, que determina que no caso de superveniência de doença mental o processo fique suspenso", explica.

De acordo com a Defensoria Pública do estado, um preso custa hoje R$ 1.800 mensais aos cofres estaduais. Como Francisco está preso há 17 anos, essa demora no julgamento já custou cerca de R$ 370 mil. Marlon conta que mandou uma carta para a Organização das Nações Unidas (ONU) relatando o que se passa dentro do hospital penal.

"A gente espera que gere algum tipo de resposta, para que não se repitam casos como o do Francisco", diz o defensor público, acrescentando que a espera do preso não tem data para terminar: "É indefinido, a lei não traz qualquer limite para isso".

Fonte: G1 Rio


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